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STF NEGA PEDIDO DOS CAMINHONEIROS PARA FECHAR RODOVIAS E GREVE SUCUMBE À BAIXA ADESÃO DA CATEGORIA


O Supremo Tribunal Federal (STF) indeferiu, na noite desta segunda-feira (1º/11), o Mandado de Segurança e a Reclamação impetrados por entidades que buscam bloquear rodovias como forma de protesto em favor do transporte rodoviário de cargas autônomo. Os 29 interditos proibitórios que impedem interdições na malha rodoviária federal e em pontos logísticos estratégicos continuam valendo, segundo o comunicado do Ministério da Infraestrutura. Desde o início da madrugada, caminhoneiros autônomos estão parados em diversos pontos do país. Apesar da categoria tentar de diversas formas manter a greve, o que se percebe, nas primeiras 24 horas de paralisação, é uma baixa adesão e um retumbante fracasso do movimento.


Os trabalhadores em greve querem mudança na política de preços da Petrobras, que tem levado à explosão dos preços dos combustíveis. Além disso, reivindicam a constitucionalidade do piso mínimo do frete, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), e pedem a volta da aposentadoria especial para a categoria. No porto de Santos, no litoral paulista, houve confronto entre policiais e grevistas, que foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo durante a madrugada. Mesmo sem bloqueios, os trabalhadores informam que foram impedidos de se manifestar nos arredores das vias que dão acesso ao terminal portuário.


De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL-CUT) e o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), paralisações foram registradas em Itapevi, interior de Minas Gerais, e em Ijuí, interior do Rio Grande do Sul. “A coisa pegou, porque não tem mais como suportar”, disse o diretor da CNTTL-CUT, Carlos Alberto Litti Dahme, no entroncamento das rodovias BR 285 E RS 242, em Ijuí. Segundo ele, “os caminhões que ainda estão rodando, ao chegarem aqui são convidados, democraticamente, a aderirem ao movimento. E têm parado, têm vindo junto”.

Caminhoneiros também pararam às margens da Via Dutra, perto de Barra Mansa (RJ) e às margens da BR-153, próximo a Goiânia. Houve tentativas de bloqueios nessas rodovias, que foram evitadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).


O Ministério da Infraestrutura informou que “não há registro de nenhuma ocorrência de bloqueio parcial ou total em rodovias federais ou pontos logísticos estratégicos”. Mas os caminhoneiros em greve denunciam que estão sendo acuados pelos policiais. Em diversas partes do país, trabalhadores reclamam que estão sendo impedidos de permanecerem nas margens das rodovias. Até mesmo faixas e cartazes em apoio à greve estão sendo apreendidas pelos policiais. Em 20 estados, a União conseguiu concessão de liminar na Justiça para evitar bloqueios, sendo autorizada, inclusive, a usar a força se necessário. Em alguns estados, a Justiça Federal determinou a aplicação de multas aos caminhoneiros que descumprirem a ordem judicial.


“Sem qualquer ilegalidade por parte dos manifestantes, o Governo usa da Força de forma abusiva para desmobilizar articulação das paralisações dos caminhoneiros. Embora chamados a conversar, os policiais alegaram não ter o que conversar, não quiseram se identificar e imotivadamente atiraram bombas de gás nos manifestantes para impedir o movimento”, protestou a CNTRC.

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