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MERCADO PÚBLICO: TRÊS ANOS DEPOIS, O INCÊNDIO CONTINUA


Mais de três anos depois do incêndio que atingiu a parte superior do histórico Mercado Público de Porto Alegre, a Prefeitura da capital gaúcha não sabe dizer quando o local estará finalmente reformado. A maioria dos restaurantes, que ocupavam o mezanino e as laterais superiores do Mercadão, continuam espremidos em um quadrante do térreo, sem plenas condições de atendimento, cozinhas improvisadas, etc., e sem espaço amplo de circulação.

Perdem os comerciantes do Mercado, perdem a população gaúcha e os visitantes que buscam conhecer o prédio histórico, marca da cidade, inaugurado em 1869.

Mais um exemplo da administração omissa da dupla Fortunati e Sebastião Melo, numa Porto Alegre suja, mal cuidada, amesquinhada, em que se bebe água poluída por esgotos e é preciso prestar muita atenção nas calçadas esburacadas e abandonadas.

Vale perguntar: o que aconteceu com aquela Porto Alegre moderna, dinâmica, com o Orçamento Participativo, o FSM, as avenidas estruturais, a urbanização e saneamento das periferias, a recuperação do Centro, as propostas urbanas e político-administrativas que atraiam a atenção e os elogios do mundo inteiro, anos atrás?

O descaso em que a capital vive, hoje, está bem de acordo com o governo estadual de Sartori, que garante aumentos e altas remunerações em dia para os palacianos e marajás do Judiciário e Legislativo, enquanto pratica assedio pesado e impõe sofrimento ao funcionalismo público – como os professores e os policiais – que se desespera para sobreviver com salários congelados e parcelados.

E a população que se rale, nesta precariedade toda. Afinal, o dinheiro é para pagar o rentismo. E os riograndenses sabem que devem atualizar a resposta cínica do autodenominado “Gringo que faz”: podem ir buscar o seu “piso” salarial na loja de material de construção.

O que também orna bem com o governo interino e golpista de Temer em nível federal, que aproveita para arrebentar de vez o mínimo bem estar conquistado pela maioria da população brasileira nas administrações petistas.

Não é recomendável esquecer: descansa na Câmara Federal, um pacote de 55 projetos de lei para pulverizarem as conquistas sociais e trabalhistas. Inclusive desfigurando a CLT e as regras da Aposentadoria.

Mas, espertamente, só irão a plenário para aprovação depois das eleições municipais de outubro, quando todos os candidatos conservadores tiverem sido eleitos, com o discurso raso e hipócrita da moralidade e da inovação.

As culpas podem ser democraticamente espalhadas pelos vários segmentos políticos e sociais.

Em todos os casos citados, o denominador comum é a presença sufocante, hoje quase completa, do Estado Mínimo Neoliberal.

Do alto, com seus caninos sujos de sangue, ele sorri para a multidão desarvorada.

Plim Plim!


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