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REFLEXÕES SOBRE A SAÍDA DO REINO UNIDO DA UNIÃO EUROPÉIA


A saída do reino Unido da União Européia, após realização de um referendo, tomou conta do noticiário internacional. A decisão de sair do bloco teve apoio de 51,89% dos eleitores britânicos e fez com que o primeiro-ministro David Cameron, que era favorável à manutenção do país no bloco econômico, renunciasse ao cargo. As consequências também foram imediatamente sentidas pelo mercado, que no início da sexta-feira (24/6) operava em queda generalizada, resultado em uma queda record de 11% da libra em relação ao dólar.

Entre tantas notícias, imagino que os leitores (assim como eu, a maioria dos brasileiros não acompanha muito a política internacional e mais especificamente o que ocorre na Europa) estejam em busca de informações. Decidi ler sobre o tema e publicar o que compreendi. Então, antes, é preciso traduzir o termo “brexit”, utilizado em grande parte das notícias. Trata-se de uma fusão de duas palavras inglesas: “britain”, diminutivo nativo para Grã-Bretanha; e “exit”, que significa saída. Também achei interessante lembrar que o Reino Unido aderiu à Comunidade Europeia em 1973, mas sempre se recusou a adotar a moeda única europeia, o euro. Também não aceitou integrar o Acordo de Schengen, firmado em junho de 1985, que é uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários. Um total de 30 países, incluindo todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países que não são membros da UE (Islândia, Noruega e Suíça), assinaram o acordo de Schengen. Liechenstein, Bulgária, Roménia e Chipre estão em fase de implementação do acordo.

Dito isso, segue minha minha opinião.

A decisão dos ingleses representa uma lamentável guinada à direita, tanto que provocou uma onda de pedidos por plebiscitos semelhantes por parte de partidos de extrema-direita de outros países, como Holanda, França e Itália. Enquanto os noticiários tentam explicar a decisão dos britânicos, algo me diz que é preciso retirar o manto sobre os argumentos relacionados à economia. Não sou um especialista, mas tenho a impressão de que os fatores econômicos servem apenas para macular os reais motivos da saída dos britânicos da União Européia. Por trás do referendo está o nacionalismo e o combate à imigração. Cabe lembrar que o tema da campanha sobre imigração impulsionou a vitória na campanha pela saída do Reino Unido da União Européia e o bordão da campanha denunciou claramente a ideia de que os ingleses precisam tomar seu país de volta.

Mas as consequências do resultado do referendo podem ser ainda mais desastrosas, podendo resultar na desconfiguração total do Reino Unido, que é composto por País de Gales, Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Tanto a Escócia quanto a Irlanda do Norte votaram pela permanência na União Europeia, enquanto o País de Gales acompanhou os britânicos na decisão de deixar o bloco. A turbulência só aumentou com o anúncio da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, de que irá convocar um novo plebiscito para sair do reino e voltar a fazer parte da União Européia. O mesmo poderá acontecer com a Irlanda do Norte.

Neste sábado (25/6), o mundo estará com os olhos voltados para Berlim, atentos aos resultados da reunião dos ministros de Relações Exteriores dos seis países fundadores da União Européia (França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália e Luxemburgo) e a análise sobre as consequências políticas da decisão britânica.


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